As crianças da geração digital têm contato cada vez mais cedo com a tecnologia por meio de dispositivos, como smartphones e tabletes, videogames, aplicativos e redes sociais. Isso, gostando ou não, já faz parte da era em que vivemos.
Segundo um estudo elaborado pela Sociedade Brasileira de Pediatria, cerca de 80% das crianças entre 9 a 17 anos são usuários da internet e 66% acessam a internet mais de uma vez por dia.
Pais, educadores e médicos, muitas vezes, não sabem como lidar com toda essa exposição e excesso de informação atual, nem com a intolerância e ódio alimentados na internet.
É preciso que estejamos atentos à saúde de crianças e adolescentes na era digital, não esquecendo que o diálogo é a principal arma para que haja equilíbrio nessa relação. Além de acompanhar de perto, é importante que os pais estabeleçam limites para que o uso da internet seja o mais adequado possível.
Principais malefícios da era digital
Dentre os malefícios causados às crianças e adolescentes, cabe evidenciar:
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O uso precoce de tecnologias e o longo tempo de permanência nos aparelhos digitais podem causar dificuldade de sociabilização, conexão com outras pessoas e danos escolares;
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A dependência de redes sociais pode levar a problemas mentais, aumento da ansiedade, violência, cyberbullying, transtorno de sono e alimentação, sedentarismo, problemas auditivos, problemas visuais, problemas posturais e lesões de esforço repetitivo;
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O fácil acesso à internet permite a entrada em redes de pedofilia e exploração sexual online, compra e uso de drogas, contatos com grupos que pregam a violência, a autoagressão e o suicídio.
Preocupada com essas questões, a SBP lançou, no final de 2016, uma cartilha educativa, inédita no país, com o título “Saúde de crianças e adolescentes na era digital” que aponta dicas de conduta para todos os interessados no assunto, tais como seguem:
Dicas para a saúde de crianças e adolescentes na era digital
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Limitar o uso diário e a duração do uso de tecnologia digital, sempre em proporção à idade e nível de desenvolvimento cerebral-mental-cognitivo-psicossocial
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Não permitir conteúdos inapropriados de filmes e vídeos, e exposição passiva para crianças com menos de 2 anos, durante as refeições ou pelo menos 2h antes de dormir
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Estabelecer o tempo de 1h por dia para exposição às mídias, para crianças entre 2 a 5 anos de idade.
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Crianças entre 0 a 10 anos não devem fazer uso de televisão e computador nos próprios quartos
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Adolescentes não devem ficar isolados nos seus quartos ou ultrapassar suas horas saudáveis de sono à noite. O indicado são cerca de 9h de sono devido à fase de crescimento e desenvolvimento cerebral e mental.
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Proteger as crianças até 6 anos de idade da violência virtual, pois elas não conseguem separar a fantasia da realidade. Jogos online de tiroteios são totalmente inapropriados.
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Equilibrar as horas de jogos com atividades esportivas, brincadeiras, exercícios ao ar livre ou em contato com a natureza
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Criar regras sobre o uso da internet, configurações de segurança e privacidade e sobre o compartilhamento de senhas, fotos ou informações pessoais para pessoas desconhecidas
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Monitorar os sites, programas, aplicativos, filmes, vídeos que crianças e adolescentes acessam, assim como as redes sociais
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Dialogar sobre como agir após o recebimento de mensagens ofensivas ou inapropriadas, como vídeos e conteúdo sexual
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Aproveitar os momentos em família, com amigos e dividir momentos de prazer sem o uso da tecnologia, com afeto e alegria
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Avaliar hábitos de sono, alimentação, exercícios, comportamentos e condutas com os colegas na escola, como também, o rendimento escolar
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Debater e conscientizar nas escolas, através de palestras, com os alunos sobre prevenção e proteção sobre o uso adequado das tecnologias e dever de respeito